Parece que confundir palavras e não falar coisa com coisa faz parte dos efeitos colaterais dos nossos tempos.
A garganta não acompanha a cabeça, sabe? Eu sei que você sabe.
Fico com raiva quando acontece comigo mas acho um barato quando a língua que coça é a do outro. Acho que por mais que pareça que as palavras estejam a nos enrolar nos nossos próprios pensamentos, costuma ter uma poesia bonita pedindo pra se esbanjar nesses engasgos. Sabe como é… Coisa do inconsciente!
Anotei nas minhas notas dois desses episódios esbaforidos que achei de uma beleza sem tamanho. Quero tirar da gaveta pra compartilhar com você!
- Me sinto num beco sem sinuca!
- Você é tão corajuda!
Fico por aqui. Procurando a sinuca no beco e a coragem de pedir ajuda. Nas entrelinhas busco por elas querendo dizer sim.
Às vezes sinto vontade de brincar no balanço do parquinho que fica na praça em frente ao escritório. Tenho essa liberdade mas não desfruto. Fiquei pensando que a vida adulta é meio que isso, né? Um querer sem muito bem querer, um poder sem muito bem poder. Se eu pudesse, queria ainda ser criança e correr o risco de balançar no parquinho. Se eu quisesse, poderia me poupar dos riscos da vida adulta e só brincar no balanço do parquinho. Não sei bem. Não sei não.
PRA NÃO DEIXAR PASSAR BATIDO
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Além do que a palavra dá conta eu não tenho nada a dizer.